Jovens trocam experiências para fortalecer comunicação indígena

Comunicadores Kayapó do Instituto Kabu participaram de encontro promovido pela FEPIPA e UNICEF
Jovens trocam experiências para fortalecer comunicação indígena
11.10

Jovens comunicadores Kayapó participaram de um encontro em Belém (PA) para trocar experiências, desenvolver novas habilidades em comunicação e, com isso, fortalecer a divulgação de temas ligados às lutas indígenas.

Durante dois dias, (4 e 5 de outubro), 16 representantes dos povos Kayapó, Guajajara, Gavião, Munduruku, Kaxuyana, Kumaruara, Curuaia, Arapiun e Tembé estiveram reunidos no Encontro de Jovens Indígenas Comunicadores, que faz  parte do projeto ECHO COVID, visando à prevenção e cuidados contra a doença no estado do Pará. O evento foi realizado pela Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com apoio da União Europeia.

Além de promover o intercâmbio, estimulando a reflexão, o encontro também teve o objetivo de colocar em prática atividades de comunicação, como a produção de materiais gráficos e audiovisuais. A partir de agora também será realizado um mapeamento dos comunicadores e canais de comunicação ligados às organizações indígenas.

“O encontro foi muito importante porque, além de conhecer outros parentes que já atuam na área de comunicação há muito tempo, também adquirimos mais conhecimentos. Aprendi coisas que não sabia, como criar cards e usar aplicativos de edição”, disse Po Yre Mekragnotire, assistente de comunicação do Instituto Kabu, que participou do evento.

Para Po Yre, outro ponto importante é o aprendizado com outros parentes, fortalecendo as culturas de cada povo. “Sabemos que a comunicação é uma ferramenta de luta para os povos indígenas e queremos fortalecê-la”, afirmou.

Também presente, Bepkuê Kayapó, jovem fotógrafo e um dos comunicadores da Terra Indígena Menkragnoti, disse que: “apesar de apenas dois dias de encontro, houve muita aprendizagem e troca de conhecimento para fortalecer a comunicação”.

Mulheres – Um dos resultados do encontro foi a produção de cards, que serão publicados nas redes sociais. A primeira série produzida, chamada “Respeitem as mulheres indígenas”, começou a ser divulgada no dia 7 de outubro no Instagram da FEPIPA (veja aqui).

Os comunicadores também definiram hashtags que serão usadas em todas as publicações relacionadas ao grupo.

A coordenadora executiva da FEPIPA, Puyr Tembé, comemorou a realização do encontro. “É um momento histórico para o movimento indígena, que hoje ocupa as redes sociais como espaços de luta, visibilidade e reivindicação dos nossos direitos. Foram os jovens que garantiram que estivéssemos nesses espaços e com eles vamos mais longe.”

Acompanhe os trabalhos pelas redes sociais do Instituto Kabu e da FEPIPA