Divulgando a arte Kayapó-Mekrãgnotí e estimulando a economia da floresta

Conheça como os produtos da loja do Instituto Kabu são feitos e toda a logística envolvida no processo de distribuição, que vai da aldeia até o consumidor final
Divulgando a arte Kayapó-Mekrãgnotí e estimulando a economia da floresta
23.02

Para chegar à loja física do Kabu em Novo Progresso ou à casa dos compradores via Correios os produtos da cultura e do artesanato  vendidos pelo Instituto Kabu (https://www.kabu.org.br/loja/) percorrem um longo caminho e podem ser rastreados até os artesãos indígenas, nas aldeias do sul do Pará.

Os homens Mekrãgnotí trabalham com palha e com madeira, entalhando remos e bordunas. As mulheres aprendem a arte dos grafismos e as diferentes pinturas que simbolizam animais e fases da vida humana, usando palitos de bambu e tinta de jenipapo (preta) e de urucum (vermelha).

Nas oficinas de precificação, realizadas no final de 2021 em 11 das 12 aldeias filiadas ao Instituto Kabu (IK), os artesãos recebem explicações sobre a formação de preços e sobre os produtos mais ou menos vendidos. A ida à aldeia Menkragnoti Velho, que ainda não tem estrada e cujo acesso só pode ser feito por via aérea, ficou para outra oportunidade, quando houver um voo programado.

O preço de cada peça leva em conta o pagamento justo ao artesão ou à artesã, o custo de materiais, como tecidos e embalagens, gastos com transporte e manutenção da loja, além da necessidade de manter capital de giro para compra de insumos.

Loja itinerante

Desde o início da pandemia, os produtos, que incluem alpargatas com tecidos pintados a mão, sementes de cumaru, bolsas de palha, mochilas e camisetas, deixaram de ser comercializados em feiras e exposições. O stand itinerante do Instituto Kabu só voltou a ser montado na Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, em agosto de 2021 e no final do ano, numa exposição em Belém.

“Apoiar e comprar na loja virtual do Instituto Kabu é uma forma de estimular a economia sustentável da floresta e a sociobiodiversidade” afirma Cleber Araújo, coordenador do projeto Arte Kayapó do IK. E ajuda na manutenção do modo de vida, garantindo uma alternativa de renda aos indígenas artesãos e suas famílias.

O Instituto faz parte da rede Origens do Brasil, que garante o comércio justo e o rastreamento dos produtos até sua origem na floresta. O Kabu também tem parcerias com a Aldeia Multiétnica e com a Feira do Rosembaum.