Duas exposições Kayapó atraem mais de mil pessoas em quatro dias

Em seu terceiro ano, exposições de fotos apresentam os jovens e a culinária Kayapó à população de Novo Progresso.   A última semana de junho foi escolhida para abrigar as exposições fotográficas “Culinária dos Kayapó-Mekrãgnoti” e “O mundo dos Jovens Indígenas” no Centro de Documentação do Instituto Kabu, onde também funciona a nossa loja de […]
Duas exposições Kayapó atraem mais de mil pessoas em quatro dias
05.07

Em seu terceiro ano, exposições de fotos apresentam os jovens e a culinária Kayapó à população de Novo Progresso.

 

A última semana de junho foi escolhida para abrigar as exposições fotográficas “Culinária dos Kayapó-Mekrãgnoti” e “O mundo dos Jovens Indígenas” no Centro de Documentação do Instituto Kabu, onde também funciona a nossa loja de artesanato, em Novo Progresso. Entre os dias 27 e 30 de junho, 1.118 progressenses puderam ampliar o conhecimento sobre a vida dos indígenas que protegem as florestas de parte do município de Novo Progresso e parte de Altamira.

Há três anos começamos a promover as exposições (dois dias dedicados a cada uma) para as crianças das escolas municipais, estaduais e particulares de Novo Progresso, que vêm acompanhadas de professores e depois fazem trabalhos baseados no que viram e aprenderam sobre a cultura Kayapó.

E a cada ano, aumenta também a quantidade de cidadãos interessados em conhecer a rica cultura indígena. Este ano, muitos postaram fotos e marcaram o @instituto_kabu em suas redes sociais.

Na exposição sobre a culinária, “tivemos a oportunidade de mostrar um pouco da nossa alimentação para população Progressense, porque muitos não indígenas acham que nós indígenas paramos de produzir nossa própria alimentação nas roças, por causa de alimentos industrializados. Foi importante mostrar que a realidade é diferente da imaginada pelos não-indígenas”, disse Po Yre Mekragnotire, assistente de comunicação do Instituto, que foi um dos jovens que trabalhou na recepção dos visitantes.

A professora Nilvania, que trabalha no Instituto Edson Royer, trouxe alunos para entender um pouco da cultura indígenas dos povos indígenas e aproveitou para ensinar que alguns dos alimentos que eles consomem foram introduzidos pelos indígenas, como a mandioca. “Eles viram que tem coisas que já fazem parte da cultura local como a batata doce, o peixe que é da região que consumimos, então foi muito gratificante essa exposição.”

Para Ngreiran Kayapó, jovem que trabalha na loja do Instituto Kabu e também trabalhou na exposição, “a juventude indígena tem uma responsabilidade muito grande. Em aprender com nossos sábios, que são nossas bibliotecas e ensinam de lutas a alimentos a remédios”.

Tanto a comercialização de artesanatos na Loja Kayapó-Mekrãgnoti, a estruturação do Centro de Documentação e Pesquisa com a implantação de totens digitais com conteúdo educativo e a realização de exposições fotográficas na cidade de Novo Progresso-PA, permitem que o Instituto Kabu compartilhe com a sociedade local, com estudantes, pesquisadores e progressenses o acervo histórico da instituição, os projetos que desenvolve nas aldeias, materiais etnográficos e manifestações tradicionais. O objetivo é ampliar os conhecimentos da população sobre os indígenas, diminuir preconceitos e promover melhor integração com o desenvolvimento regional.

 

Com financiamento do projeto Legado Integrado da Região Amazônica (LIRA), o projeto Tradição e Futuro na Amazônia, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental e o Instituto Kabu mostrou com a arte dos fotógrafos Kokomy Kayapó, Po Yre Mekragnotire que são os Kayapó-Mekrãgnoti e de fotógrafos parceiros como lucas landau, Frederico Fankhauser, Jõao Laet, Luis Carlos Sampaio  Loiro Cunha e Lalo de Almeida, como é a vida nas aldeias e como os indígenas contribuem para a diversidade da sociedade brasileira e para a manutenção da floresta em pé.

O Instituto Kabu tem o compromisso de continuar a buscar apoios para divulgar a cultura e a arte do viver Kayapó e garantir que os indígenas e sua cultura sejam valorizados e respeitados. Um dos pontos altos da exposição foi a presença de mulheres indígenas fazendo pintura corporal nos visitantes. Os grafismos Kayapó cheios de simbologia, com traços precisos e de muita beleza, encantam crianças e adultos e fizeram quase tanto sucesso quanto as fotos expostas.